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Letras e Aspas: Feliz por nada!

Oi gente!


Férias. Duas semanas inteiras para fazer tudo ou fazer nada.

Amo o meu trabalho. Amo.

Mas só percebo a profundidade desse amor quando tenho a

possibilidade de me afastar por alguns dias.

Para descansar, ler, dormir, passear, viajar, namorar, sorrir...

São tantas possibilidades, que me pego planejando como

melhor usufruir do ócio.

Ser feliz por nada.

Foi assim, pensando e planejando os próximos dias,

que peguei um os muitos livros que tenho da minha

autora favorita de todos os tempos a Martha Medeiros.

O livro chama-se Feliz por nada.

Exatamente como estou me sentindo.

Abri e fui reler parte das minhas anotações de leituras.

E foi assim, perdida nas palavras da Martha Medeiros

que dei início as minhas férias.

Como adoro compartilhar as coisas boas que leio com todos,

trago parte da crônica que da título a este livro MARAVILHOSO.

Espero que curtam.

É um texto lindo.



Feliz por nada


Geralmente quando alguém exclama "Estou tão feliz!", é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.(...)

Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia seu cotidiano e não atormenta o dos outros.

Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando "realizado" também. Estando triste, felicíssimo igual. porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.

Bendito os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não ter cumprido suas resoluções, que não se culpam por ter falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.

Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento.(...)

Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.

Ser feliz por nada talvez seja isso.


(Martha Medeiros, Pg. 142, partes da crônica Feliz por nada)



Lindo, não?


É isso.

Que nestes dias eu consiga me dedicar apenas ao que me faz bem.

Que eu consiga ser feliz por nada.


Beijo!


Sheila Guedes

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